Como trocar dinheiro em uma viagem internacional?

Entender como trocar dinheiro em uma viagem internacional é uma das maiores dúvidas de quem está começando, especialmente na América do Sul, onde cada país usa sua própria moeda. Mesmo que o dólar não seja a moeda oficial da região, ele serve como base para qualquer conversão. Por isso, saber os diferentes tipos de dólar e como usá-los a seu favor faz diferença real no orçamento. Ao longo de anos mochilando pela Argentina, Bolívia, Peru, Chile e outros países, testei todos os métodos possíveis para trocar dinheiro e aprendi o que realmente funciona na prática.

Tipos de dólar: o que muda na hora de trocar dinheiro?

O dólar varia todos os dias, mas o mais importante é fugir do dólar turístico. Alternativas como o dólar blue, comercial e MEP normalmente oferecem um câmbio mais vantajoso. Além disso, quem usa bancos brasileiros precisa considerar o IOF e as taxas de serviço da própria instituição, que podem pesar bastante no final.

Parece complicado no começo, mas é mais simples do que parece. Viajei dois anos pelos Andes e, na prática, entender esses detalhes fez muita diferença na hora de trocar dinheiro sem gastar à toa.

Western Union: como trocar dinheiro usando autotransferência

A Western Union é uma das formas mais populares de enviar e receber dinheiro internacionalmente. Como viajante, você pode usar esse serviço para fazer uma autotransferência: você paga em PIX no Brasil e retira o valor em dinheiro vivo na moeda local em uma agência do país para onde está viajando.

Usei a Western Union praticamente todos os dias durante dois anos viajando pela Argentina, Bolívia e Peru. Foi o método que mais funcionou para mim, com bom câmbio e taxas baixas. Em geral, bastava entrar no app, fazer a transferência e retirar o dinheiro em poucos minutos.

Como funciona na prática?
Você cria seu cadastro no site ou aplicativo, preenche seus dados e depois completa o cadastro do destinatário, que será você mesmo. Confirma o envio, paga em PIX e recebe o código para sacar o dinheiro em uma agência local.

Tive dois perrengues ao longo dos anos usando a plataforma. O primeiro foi em um pueblo muito pequeno no norte da Argentina, onde não havia agência para sacar. Tive que me organizar com o dinheiro que ainda tinha até chegar à cidade seguinte. O segundo aconteceu na Bolívia, quando eu preenchi apenas um dos meus sobrenomes no cadastro. Eles não liberaram o saque porque o nome precisa estar exatamente como no passaporte. Tive que refazer o envio, mas no fim deu tudo certo.

Apesar desses detalhes, a plataforma funcionou muito bem para mim por um longo período. Inclusive usei de novo na minha última viagem à Argentina. Mas, com a crise monetária recente, percebi que o câmbio oferecido pela Western Union estava pior do que outras opções. Foi aí que comecei a migrar para a Wise.

Casas de câmbio: como escolher e evitar problemas

Outra forma de trocar dinheiro é usando as casas de câmbio. Prefira sempre as que ficam no centro das cidades, onde existe mais concorrência e as taxas tendem a ser melhores. Faça contas, compare valores e veja avaliações no Google antes de confiar em qualquer casa.

Entenda os termos básicos. Se você vai trocar reais, está vendendo reais. A casa de câmbio está comprando de você. Portanto, procure pelo valor de compra e multiplique pelo valor que deseja trocar para saber quanto vai receber. A diferença entre compra e venda chama-se spread. Quanto menor o spread, mais vantajoso.

Um ponto importante é verificar as notas antes de sair da loja. Confira se são verdadeiras, veja se há alguma marca de segurança e, se for trocar uma quantidade grande, espere um momento mais tranquilo para evitar chamar atenção.

Cartão internacional: a alternativa prática para sacar ou pagar

Depois de anos viajando só com dinheiro vivo, percebi o quanto é vantajoso usar um cartão internacional de conta global. Hoje recomendo e uso a Wise, que oferece câmbio comercial sem margem escondida e taxas mais baixas. Além disso, o IOF é de 1,1%, igual ao dinheiro vivo e muito menor do que os 3,38% cobrados nos cartões brasileiros.

Nos últimos anos usei a Wise na Argentina, Costa Rica, Chile e até no Brasil. Fiz saques em caixas eletrônicos, usei o cartão no débito e a experiência sempre foi bem prática. Só tive um problema em uma simulação de saque: o caixa eletrônico mostrou uma taxa muito alta e eu cancelei. Mesmo assim, o dinheiro foi descontado do meu saldo. Abri uma reclamação na Wise e, após cerca de um mês, recebi tudo de volta.

Mesmo com esse inconveniente, continuo usando e recomendo. É prático, transparente e funciona em praticamente qualquer país.

Minha experiência real e o que recomendo hoje

Durante dois anos viajando pelos Andes, a Western Union foi minha companheira diária para trocar dinheiro. Funcionou muito bem, mesmo com os pequenos perrengues no caminho. Mas o cenário muda e é importante ficar de olho no câmbio sempre. Na minha última viagem para a Argentina, notei que a Western Union não estava mais tão vantajosa por causa da instabilidade econômica do país.

Por isso, atualmente alterno entre Wise e Western Union conforme o câmbio do momento. A Wise tem sido minha favorita pela praticidade e transparência. Saquei e paguei em diferentes países sem problemas e sigo usando até hoje.

No fim, saber como trocar dinheiro depende menos de decorar regras e mais de acompanhar o câmbio, comparar opções e escolher o método mais vantajoso para cada destino. Com informação, calma e prática, esse processo vira parte natural da viagem.

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