Copacabana, na Bolivia, é uma daquelas cidades que parecem pequenas demais para carregar tanta história, espiritualidade e beleza natural. Logo ao chegar, você percebe que ela tem uma força própria. Localizada às margens do Lago Titicaca, a cidade reúne mirantes lindíssimos, uma arquitetura muito característica do altiplano e uma atmosfera tranquila que combina perfeitamente com quem busca descanso e conexão.
Além disso, Copacabana surpreende nas hospedagens. Existem opções super diferentes que proporcionam uma experiência única, muitas delas com vista direta para o Titicaca. Por isso, mesmo sendo um destino simples, ela acaba marcando quem passa por ali.
Copacabana Bolivia ou Rio de Janeiro?
Muita gente nem imagina, mas a famosa Copacabana do Rio herdou seu nome da boliviana. No início, a praia brasileira tinha um nome de origem tupi, relacionado à geografia da região. Com o passar dos séculos, movimentos marítimos trouxeram ao Brasil uma imagem da Virgem de Copacabana, a santa boliviana venerada às margens do Titicaca. A partir desse momento, a devoção começou a crescer e influenciou diretamente o novo nome da praia, que mais tarde também ganhou obras militares importantes, como o Forte de Copacabana no início do século XX.
Enquanto isso, a Copacabana boliviana seguia preservando sua própria história. Ela veio primeiro e carrega tradição, identidade e uma devoção profunda que, de alguma forma, acabou atravessando fronteiras e deixando sua marca no Brasil.
Como chegar em Copacabana Bolivia
Chegar em Copacabana já é, por si só, uma pequena aventura. Tudo começa em La Paz, no Terminal de Ônibus da capital. A partir dali, saem os transportes que fazem um trajeto de aproximadamente 4 horas até o Estreito de Tiquina, o ponto onde o Lago Titicaca se divide em dois grandes braços.
Quando você chega ao estreito, todo mundo precisa descer do ônibus para fazer a travessia. Enquanto o veículo cruza em uma balsa, as pessoas seguem em pequenas lanchas. O percurso é rápido, dura apenas alguns minutos, e já dá aquela sensação gostosa de que você está prestes a chegar a um lugar especial.
Pode ficar dentro do ônibus na balsa para cruzar o lago Titicaca no estreito de Tiquina?
Da primeira vez que cruzei o Estreito de Tiquina, eu simplesmente não entendi nada. Enquanto parte do pessoal desceu, outra parte ficou no ônibus. Eu, sem saber muito bem como funcionava, pensei que, se descesse, fosse perder o transporte. Por isso, acabei ficando e atravessei o lago dentro do ônibus, em cima de uma jangada, achando tudo emocionante e, ao mesmo tempo, um pouco assustador.
Já na segunda vez, fiz tudo diferente. Dessa vez, perguntei aos locais, e eles me explicaram que o melhor é descer, pegar a lancha e deixar a mochila no ônibus. Assim, a travessia fica mais rápida e segura. Quando você chega do outro lado, basta esperar o ônibus na praça, onde ele estaciona depois de cruzar pela balsa.
O que fazer em Copacabana Bolivia
A estrada já mostra que Copacabana é especial. Assim que você chega, as vistas, os cerros e as cores da cidade já começam a confirmar isso. Além disso, algumas atividades valem muito a pena e ajudam a entender melhor o clima único do lugar.
1. Mirador Cerro Calvario
O Cerro Calvario é o mirante mais famoso da cidade e, por isso, costuma ser a primeira parada de muitos viajantes. A vista do porto é lindíssima e a subida se torna ainda mais interessante porque passa pela Igreja Colquepata e por pequenas estações religiosas ao longo do caminho. No final, o visual compensa cada passo.
2. Mirador La Horca del Inca
Já o Mirador La Horca del Inca é menos conhecido, mas, na minha opinião, é o melhor mirante de Copacabana. A vista panorâmica mostra a cidade inteira com o lago ao fundo e cria uma atmosfera única. Além disso, a energia do lugar é deliciosa. É, sem dúvida, o meu preferido.
3. Passear pela orla do lago
Por fim, caminhar pela orla do lago é uma experiência simples e muito gostosa. Ao longo da margem, você encontra atividades como pedalinho, banana boat e pequenos barquinhos. Além disso, é justamente daqui que saem os transportes para as ilhas bolivianas do Titicaca. Se puder, passe por aqui no fim da tarde, porque as cores do pôr do sol rendem fotos lindas.tarde rende fotos lindas.
Como conhecer a Isla del Sol saindo de Copacabana Bolivia
Os barcos para a Isla del Sol e a Isla de la Luna saem diariamente do porto e, por isso, é muito fácil organizar a visita. Você pode optar por comprar apenas a passagem de ida, caso queira dormir na ilha, ou, então, escolher o passeio full day, que faz o trajeto de ida e volta no mesmo dia. De qualquer forma, Copacabana funciona como uma base excelente para explorar o Titicaca com tranquilidade e flexibilidade.
Onde ficar em Copacabana
Copacabana é, sem dúvida, uma das cidades mais baratas para se hospedar na Bolivia. Por lá, você encontra opções para todos os estilos de viagem, desde camas em quartos compartilhados por cerca de R$20 até hospedagens mais confortáveis com vista para o lago, geralmente entre R$100 e R$300 por noite. É um destino acessível e, ao mesmo tempo, cheio de charme.
Além disso, se você quiser deixar a estadia ainda mais especial, recomendo buscar hospedagens com varanda ou deck voltado para o Titicaca. A sensação de acordar olhando para o lago é transformadora e faz toda diferença na experiência.
Minha experiência em Copacabana
Tenho um carinho enorme por Copacabana. Quando cheguei lá pela primeira vez, a ideia era ficar poucos dias, mas acabei ficando dois meses. Depois de semanas intensas entre Oruro e La Paz, fazendo voluntariado e me movendo bastante, eu realmente precisava desacelerar. E foi exatamente isso que encontrei na cidade.
Morei e trabalhei voluntariamente no Hostel Solsticio, ajudando na recepção por quatro horas ao dia. Com o tempo, o hostel deixou de ser apenas hospedagem e virou uma casa. Eu subia a Horca del Inca quase todos os dias, caminhava sem pressa pela cidade e fui criando uma rotina leve que me fez sentir parte daquele lugar.
Voltei outras duas vezes, sempre por períodos mais curtos, mas com a mesma sensação de familiaridade e acolhimento. Copacabana é um daqueles destinos que grudam na memória, e por isso sei que, mais cedo ou mais tarde, vou voltar de novo.