Buenos Aires é uma cidade linda, viva e popular. É aquele tipo de lugar onde você chega e já entende por que tantos brasileiros se sentem em casa: tem movimento, música nas ruas, cafés que convidam a ficar e uma energia que mistura tradição e vida urbana de um jeito muito único. A capital oferece muitas atividades e o melhor é que grande parte delas você consegue fazer por conta própria, caminhando pelos bairros, explorando parques, museus, mercados e vivendo a cidade no seu ritmo. É uma cidade que acolhe, que surpreende e que convida a voltar.
Se você está planejando essa viagem, este guia reúne do básico ao necessário para a sua viagem. São dicas práticas, experiências reais e aquilo que eu faria se estivesse montando seu roteiro hoje.
Como chegar a Buenos Aires
A Argentina é nossa vizinha e isso facilita muito o planejamento. Dependendo de onde você mora no Brasil, vale tanto a pena pegar um voo direto quanto fazer uma viagem terrestre. Buenos Aires é uma capital acessível, com boas rotas aéreas, estradas estruturadas e várias possibilidades para quem quer economizar ou encaixar outros destinos no caminho.
Voando para Buenos Aires
Buenos Aires tem dois aeroportos principais: o Ezeiza e o Aeroparque. O Ezeiza recebe a maioria dos voos internacionais, mas fica bem mais distante do centro. O Aeroparque, por outro lado, é o aeroporto urbano da cidade. Eu sempre recomendo chegar nele porque está a poucos minutos dos bairros turísticos, você gasta menos com transporte e ganha tempo real de viagem. É muito mais prático para quem quer começar o roteiro sem perder horas no deslocamento.
Viajando por via terrestre a Buenos Aires
A Argentina faz fronteira com vários estados brasileiros, então viajar por terra acaba sendo uma opção interessante para muita gente. Minha fronteira preferida é Foz do Iguaçu, porque além de ser uma travessia simples, ainda dá para aproveitar e visitar as Cataratas antes de seguir viagem. Quem quer economizar ainda mais pode chegar a Foz de ônibus e, de lá, comprar um voo a partir de Puerto Iguazú até Buenos Aires. Normalmente esses voos internos argentinos são mais baratos do que sair direto do Brasil.
Para quem pensa em ir com o próprio carro, é importante lembrar que, ao entrar na Argentina, é obrigatório ter a Carta Verde. É um documento simples, mas essencial para circular legalmente pelo país.
Como trocar reais por pesos argentinos
A moeda argentina muda muito e acompanhar isso faz diferença no orçamento da viagem. Sempre recomendo verificar o valor do dólar blue e comparar com o dólar turístico para entender qual deles está mais vantajoso no momento. Esse cuidado simples já evita surpresas e ajuda a planejar melhor o quanto levar.
Outra forma de economizar é utilizar ferramentas que oferecem câmbio mais justo, como contas globais. Evitar o cartão brasileiro faz diferença porque as taxas são mais altas e o valor final costuma ser menos favorável. Na minha viagem, o que realmente me salvou foi a Western Union. A plataforma permite enviar dinheiro digital do Brasil para a Argentina, pagar com pix e retirar o valor em pesos em uma das várias agências espalhadas pela cidade. O processo é rápido, prático e costuma render uma cotação melhor do que trocar dinheiro em espécie.
Mais recentemente, comecei a usar o cartão internacional Wise, uma das contas globais que comentei, e ele tem sido muito útil. A plataforma permite converter reais para diversas moedas com transparência e sem taxas escondidas, o que ajuda bastante no dia a dia da viagem.
Transporte em Buenos Aires
Buenos Aires tem um sistema de transporte público muito eficiente e acessível. O subte (metrô) é uma das maneiras mais rápidas de se locomover pela cidade, com várias linhas que conectam os bairros mais turísticos e regiões centrais. Já os ônibus são uma alternativa econômica e poderosa, existem centenas de linhas cobrindo toda a cidade e muitos trajetos só são possíveis por coletivos. Para usá-los sem dor de cabeça, você vai precisar do cartão SUBE, essencial para economizar e evitar surpresas.
Se você prefere algo mais confortável, os táxis ainda operam bastante e funcionam bem, especialmente para quem não está acostumado com a cidade. E, claro, apps como Uber e Cabify são opções modernas, práticas e bastante usadas. Mas se for sua primeira vez em Buenos Aires, pode ser mais seguro pegar táxi para garantir que o motorista entenda exatamente onde você quer ir.
Transporte turístico: ônibus de city tour
Uma forma super prática de descobrir Buenos Aires é pelo ônibus turístico hop-on / hop-off. Existem dois circuitos principais, identificados pelas cores amarela e vermelha. A linha amarela tem mais pontos no norte da cidade, enquanto a vermelha cobre mais o su, embora os trajetos se cruzem em muitos lugares. Com o ticket de 24 ou 48 horas, você pode subir e descer quantas vezes quiser ao longo do dia. Os ônibus passam aproximadamente a cada 30 minutos, segundo o site oficial
Internet na Argentina
Buenos Aires oferece muitas opções de Wi-Fi público e gratuito em praças, parques, cafés e restaurantes, mas se você precisa de internet o tempo todo para se localizar, trabalhar ou compartilhar a viagem em tempo real, vale muito mais a pena comprar um chip local. É uma solução simples, barata e que funciona muito bem. Eu recomendo a operadora Personal, que sempre me deu boa cobertura pela cidade.
Se você prefere já chegar no aeroporto conectada, existem opções de eSim que funcionam sem complicação. A Holafly e a Maya são duas alternativas que usei e recomendo, porque ativam em poucos minutos e já deixam tudo pronto antes mesmo de sair do avião.
Preciso de visto para entrar na Argentina?
Brasileiros não precisam de visto para visitar Buenos Aires como turistas. Na verdade, nem passaporte é obrigatório. Você pode entrar apenas com o seu RG, desde que o documento esteja em bom estado e tenha sido emitido nos últimos dez anos. A permissão de permanência é de até 90 dias, tempo mais do que suficiente para explorar a capital e outras regiões do país.
Se você estiver viajando com crianças, é importante ficar atento à documentação. Caso a criança não esteja acompanhada por ambos os pais, é necessário apresentar uma autorização assinada. Isso evita imprevistos na imigração e garante uma viagem mais tranquila.
Seguro viagem obrigatório
Desde maio de 2025, entrou em vigor um decreto que tornou o seguro viagem obrigatório para entrar na Argentina. Mesmo assim, compartilho aqui a minha experiência: já cruzei a fronteira quatro vezes depois do decreto e nenhuma vez me pediram o seguro. Mas isso não significa que você pode entrar sem ele. A exigência existe, e as autoridades podem solicitar a qualquer momento.
Por isso, recomendo contratar um seguro viagem antes de ir. Além de cumprir a norma, ele te dá uma segurança extra caso aconteça algum imprevisto durante a viagem.
Diferentes propostas turísticas em Buenos Aires
Buenos Aires é uma cidade com muitas opções turísticas para todos os perfis. Se você gosta de história, a Casa Rosada, o Museu Nacional de Belas Artes e o Cemitério da Recoleta são visitas essenciais para entender a identidade argentina.
Para quem prefere caminhar por bairros cheios de charme, San Telmo é uma escolha perfeita. Suas ruas de paralelepípedos, feirinhas e galerias de arte criam um ambiente autêntico e cheio de vida.
Outro ponto clássico é o Caminito, em La Boca. As casas coloridas e a atmosfera boêmia fazem desse lugar um dos mais fotografados da cidade. Ainda em Buenos Aires, o Teatro Colón é uma atração imperdível, considerado um dos melhores teatros do mundo, oferece apresentações de ópera e balé de altíssima qualidade.
Se você gosta de compras, a Avenida Florida é ideal para passear e explorar lojas e galerias. E para quem quer sentir o espírito portenho, existem várias casas de tango, principalmente na região de La Boca, onde é possível vivenciar de perto essa tradição tão marcante da cultura argentina.
A gastronomia também faz parte da experiência. As parrilladas, os cafés e os vinhos argentinos são motivos suficientes para dedicar algumas noites apenas para comer bem e aproveitar a cena gastronômica local.
E claro, a cidade é cheia de parques lindos no meio da urbanização, um respiro verde perfeito para quem gosta de caminhar sem pressa.
Quando visitar Buenos Aires?
A melhor época para visitar Buenos Aires depende do clima que você prefere e do tipo de experiência que busca. Se você gosta de dias quentes, o verão, de dezembro a março, é ideal. É uma época com muita vida nas ruas e parques, mas também com mais turistas e preços mais altos, especialmente em janeiro e fevereiro.
Se prefere um clima mais ameno, a primavera, entre outubro e novembro, e o outono, de abril a maio, são os períodos mais agradáveis. As temperaturas são equilibradas, a cidade fica menos cheia e tudo parece fluir com mais calma.
O inverno, de junho a setembro, é frio, mas as temperaturas raramente ficam abaixo de zero. É uma boa época para quem quer evitar multidões, economizar um pouco e aproveitar uma Buenos Aires mais tranquila, perfeita para cafés, museus e caminhadas sem pressa.
Minha experiência em Buenos Aires
Já viajei para Buenos Aires sozinha duas vezes, uma vez com a minha mãe e outra com meu namorado. Em todas elas me senti segura no centro, mesmo sabendo que é uma capital grande. Recomendo atenção com celular e dinheiro, mas nada além dos cuidados básicos que já tomamos em qualquer cidade movimentada.
Provei comidas deliciosas, caminhei por bairros muito diferentes entre si e aproveitei bastante os parques. Os Bosques de Palermo são meu lugar preferido na cidade, sempre volto para caminhar, sentar um pouco e observar o movimento. Também gostei muito do Museo Latinoamericano e adoro passar uma tarde no Caminito, mesmo sendo um lugar mais turístico.
Não sou muito de cidades grandes, então para mim cinco dias foram suficientes para aproveitar bem. Andei muito todos os dias, explorei vários cantos da cidade e ainda assim fiquei com vontade de voltar. Quero fazer o ferry até o Uruguai, algo que ainda não realizei, mas que considero uma experiência que vale incluir no roteiro.
E isso é só o começo. Aqui no blog você vai encontrar cada vez mais conteúdos sobre Buenos Aires e, claro, sobre toda a Argentina do Norte à Patagônia, para te ajudar a viajar com informação real, prática e com a profundidade que faz cada experiência valer a pena.