O que fazer em Sucre, uma das cidades mais encantadoras da Bolívia? Conhecida como “a cidade branca”, ela combina, ao mesmo tempo, história colonial, cultura vibrante e paisagens deslumbrantes dos Andes. Além de ser a capital constitucional do país, Sucre é também Patrimônio Mundial da UNESCO, o que reforça seu valor histórico e cultural. A cidade oferece uma atmosfera tranquila e cheia de charme, ideal para quem deseja conhecer a alma boliviana com mais profundidade. Neste guia, você vai descobrir o que fazer em Sucre, entender como chegar até lá e saber onde se hospedar para aproveitar ao máximo cada momento da sua viagem.
Sucre, Bolívia
Fundada em 1538 como “La Plata”, Sucre foi, inicialmente, um importante centro administrativo durante o período colonial espanhol. Com o passar dos anos, sua relevância cresceu e, mais tarde, a cidade desempenhou um papel crucial na independência da Bolívia, sendo o local onde a ata de independência foi assinada em 1825. Em reconhecimento a essa importância histórica, e em homenagem ao marechal Antonio José de Sucre, herói da independência, a cidade passou a receber seu nome atual.
Embora La Paz seja, atualmente, a sede do governo, Sucre continua sendo, por sua vez, a capital constitucional do país e, além disso, abriga o Tribunal Supremo de Justiça. Por essa razão, ainda exerce uma função simbólica e institucional significativa. Caminhar por suas ruas, portanto, é como passear por um museu a céu aberto, repleto de casarões coloniais, igrejas barrocas e praças que, em conjunto, contam séculos de história e revelam as camadas do passado boliviano.
Por que Sucre é branca?

O apelido “cidade branca” vem das fachadas imaculadamente brancas do centro histórico. Isso se deve ao fato de que, durante o período colonial, a cal branca era amplamente usada para proteger as paredes das construções. Com o passar do tempo, essa prática acabou se tornando uma marca registrada da cidade. Atualmente, para garantir a preservação dessa identidade, há leis municipais que mantêm essa característica, contribuindo para a harmonia estética e reforçando o charme único de Sucre.
Como chegar em Sucre
Sucre está localizada no sul da Bolívia, a cerca de 2.800 metros de altitude. É acessível por diferentes rotas, dependendo do ponto de partida:
- De avião: Há voos diretos partindo de Santa Cruz de la Sierra e La Paz. O aeroporto de Sucre (Alcantarí) fica a cerca de 30 minutos do centro da cidade e é a forma mais rápida de chegar.
- De ônibus: Se você estiver vindo do norte da Argentina ou de cidades bolivianas como Tupiza, Tarija, Potosí ou Uyuni, pode chegar a Sucre por terra, de ônibus ou carro compartilhado. As estradas são sinuosas, mas a paisagem compensa, com montanhas, vales e povoados típicos do altiplano.
Sucre em um dia
Se você tem apenas um dia para explorar Sucre, dá para ver seus principais atrativos com um roteiro bem organizado:
- Pela manhã: Comece pelo centro histórico. Caminhe pela Plaza 25 de Mayo, visite a Catedral Metropolitana e explore o Museu Casa de la Libertad, onde foi assinada a independência da Bolívia. Não deixe de observar os detalhes das fachadas coloniais e dos balcões de madeira trabalhada.
- Pela tarde: Visite o Parque Cretácico, localizado nos arredores da cidade. Lá você encontrará pegadas de dinossauros fossilizadas e réplicas em tamanho real, além de uma vista panorâmica incrível de Sucre.
Roteiro de dos dias
Com dois dias, é possível explorar Sucre com mais calma e profundidade:
- Dia 1: Dedique o dia ao centro histórico. Além dos pontos principais, visite o Museu de Arte Indígena ASUR, que destaca a tradição têxtil dos povos andinos. Se quiser uma experiência única, faça um tour guiado na Para Ti, a famosa chocolateria local, para conhecer a produção do chocolate artesanal.
- Dia 2: Vá ao Parque Cretácico pela manhã e, à tarde, suba ao Mirador de La Recoleta, um dos pontos mais bonitos da cidade, com vista panorâmica e um ambiente tranquilo para relaxar. Ao lado está o convento de La Recoleta, que também vale a visita.
Role alternativo em Sucre
Se você busca algo fora do roteiro turístico tradicional, então vale a pena visitar a feira campesina de Sucre. Esse mercado é um verdadeiro mergulho na cultura local, onde você encontrará barracas vendendo roupas típicas, artigos artesanais, frutas, legumes e até remédios naturais. Além disso, é o lugar ideal para quem quer interagir com os moradores e encontrar lembranças autênticas.
No meu caso, comprei uma mochila e uma roupa de neve que salvou o meu inverno no altiplano, e tudo por preços muito bons. Aliás, você também pode encontrar roupas e sapatos americanos de segunda mão, o que torna a experiência ainda mais interessante para quem gosta de garimpar boas oportunidades.
Onde ficar em Sucre?
A melhor região para se hospedar é nos arredores do centro histórico, pois assim você estará perto das atrações, restaurantes e cafés. Entre as opções disponíveis, uma excelente escolha é o Hostel Operaza, onde me hospedei e recomendo com tranquilidade. A estrutura é confortável, o ambiente é acolhedor e o atendimento é ótimo. Além disso, é ideal tanto para viajantes solo quanto para casais ou grupos, o que torna a estadia ainda mais versátil.
Minha experiência na cidade
Para mim, Sucre é uma das melhores portas de entrada para conhecer a Bolívia andina. A cidade é mais limpa, organizada e tranquila do que La Paz, o que faz com que a experiência seja mais leve, especialmente para quem está chegando ao país pela primeira vez.
Visitei Sucre duas vezes, e em cada uma tive vivências diferentes. Na primeira, fiquei em um hostel mais barato e afastado do centro. Aproveitei bastante a feira campesina e tive um contato mais local, explorando mercados e bairros menos turísticos. Já na segunda vez, escolhi me hospedar no coração do centro histórico, e a experiência foi ainda melhor. Estar perto das praças, igrejas, restaurantes e mercadinhos fez com que eu aproveitasse muito mais a cidade como turista.

De modo geral, me senti extremamente confortável em Sucre. A cidade tem um clima acolhedor e seguro, com um ritmo de vida tranquilo e fácil de acompanhar. E o que mais me encantou foi o Parque Cretácico, um lugar que mistura natureza, ciência e diversão de forma surpreendente.